A capsulite adesiva, também chamada de ombro congelado, é uma condição inflamatória que causa dor intensa e rigidez progressiva do ombro, limitando de forma importante os movimentos da articulação. Ela afeta principalmente adultos entre 40 e 60 anos, sendo mais comum em mulheres e em pessoas com diabetes.

O que é a capsulite adesiva?

É uma inflamação crônica da cápsula articular do ombro — uma estrutura que envolve a articulação glenoumeral. Essa inflamação leva à formação de fibrose (adesões) dentro da cápsula, o que restringe o espaço articular e limita a mobilidade do ombro de forma progressiva.

Quais são as causas?

A capsulite pode ser:
• Primária (idiopática): quando surge sem uma causa clara — geralmente associada a distúrbios metabólicos, como:
• Diabetes mellitus
• Hipotireoidismo
• Alterações hormonais
• Secundária: quando surge após:
• Cirurgias ou imobilizações prolongadas do ombro
• Traumas locais
• Tendinites, bursites ou outras inflamações prévias

Quais são os sintomas?

• Dor profunda no ombro, muitas vezes noturna e persistente
• Rigidez progressiva, com perda de mobilidade ativa e passiva
• Dificuldade para tarefas simples, como vestir-se ou pentear o cabelo
• Em casos mais avançados, a dor pode até diminuir, mas a rigidez persiste

Evolução clínica: as 3 fases da capsulite
1. Fase dolorosa (fase inflamatória) – 2 a 6 meses
Dor intensa e progressiva, especialmente à noite. Mobilidade começa a se reduzir.
2. Fase de congelamento (fase rígida) – 4 a 12 meses
Dor reduz um pouco, mas a limitação dos movimentos se torna mais severa.
3. Fase de descongelamento (recuperação) – 6 a 24 meses
Os movimentos começam a melhorar gradualmente. Nem sempre há recuperação total.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico, com base nos sintomas e no exame físico (restrição de movimentos ativos e passivos). Alguns testes ajudam a descartar outras causas de dor no ombro.

Exames de imagem:
• Radiografia: geralmente normal, mas usada para descartar artrose ou calcificações
• Ressonância magnética: pode mostrar espessamento capsular, inflamação, derrame articular ou sinovite, e ajudar a diferenciar de outras patologias

Tratamento da capsulite adesiva

Tratamento conservador (primeira escolha):
• Fisioterapia: pilar do tratamento. Foca em ganho progressivo da mobilidade e analgesia
• Medicações anti-inflamatórias e analgésicos
• Bloqueios ou infiltrações intra-articulares com corticoide: eficazes na fase dolorosa
• Liberação gradual das atividades com acompanhamento clínico

Esse tratamento é eficaz na maioria dos pacientes, especialmente se iniciado nas fases iniciais da doença.

Tratamento cirúrgico:

Indicado em casos que não melhoram após 6 meses de tratamento conservador, especialmente quando há rigidez persistente e dor incapacitante. As opções incluem:
• Liberação artroscópica da cápsula articular: cirurgia minimamente invasiva que “solta” a cápsula retraída
• Manipulação sob anestesia: técnica que força a movimentação do ombro anestesiado para romper aderências (usada com cautela)

Prognóstico

Embora a capsulite adesiva possa durar 1 a 2 anos, o prognóstico é bom na maioria dos casos. Muitos pacientes se recuperam com o tempo, mesmo sem cirurgia, mas a reabilitação pode ser lenta. Pessoas com diabetes tendem a ter uma evolução mais arrastada e mais rigidez residual.

Conclusão

A capsulite adesiva é uma condição comum, limitante e muitas vezes frustrante para o paciente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado com fisioterapia, medicamentos e, em alguns casos, cirurgia, podem acelerar a recuperação e devolver a mobilidade e qualidade de vida ao paciente. O acompanhamento com ortopedista especializado é essencial para orientar cada fase do tratamento.

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Capsulite Adesiva (Ombro Congelado): entenda o que é, por que acontece e como tratar

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